Quero
começar este artigo com uma indagação “Se
quem dirige são os adultos, porque as campanhas de educação para o trânsito são
tão infantis?”.
Eu
como estudioso da área de trânsito que sou, sei que “precisamos educar os
meninos para não precisar punir os homens”, porém acredito que a intenção de
quem desenvolve uma campanha educativa de trânsito é a redução do número de
acidentes dentro de um curto espaço de tempo, e campanhas com rabiscos,
desenhos animados trazem significação para o público infantil, mas não tem
nenhum efeito nos adultos, sendo que estes são os responsáveis pela condução de
veículos.
Em
outros países as campanhas educativas de trânsito são “mais adultas”, e por
vezes acabam tocando no ponto fraco de todo ser humano, a perca de um ente
querido. São campanhas chocantes que mostram pessoas que acabaram perdendo a
vida, ou tirando-a de alguém, por causa da imprudência no trânsito.
No
Brasil existe uma corrente ideológica que acredita que campanhas com conteúdo
“mais forte” podem traumatizar quem as assisti, porém acredito que mais
traumatizante que VER na televisão é VIVER o acidente de trânsito.
As
principal falha das nossas campanhas diz respeito a concepção que um modelo
único é capaz de atingir todos os públicos, o que acaba por transformá-las em
ineficientes.
As
campanhas educativas deveriam ser desenvolvidas em três frentes:
1-
Voltada à crianças – Desenvolvida em parceria com escolas, nessas sim os
rabiscos e os desenhos devem ser usados, e de forma alguma se utilizará cenas
chocantes envolvendo acidentes de trânsito.
2-
Voltada aos condutores em formação nos CFC’s - Desenvolvida nas autoescolas,
que aproveitaria o quantitativo de horas que estes alunos devem cumprir para
aquisição da CNH, para materializar na formação todos os princípios
estabelecidos no CTB e nas resoluções posteriores, de modo que na conclusão do
curso os mesmos pudessem ter internalizado todo o conhecimento para conduzir de
forma humana e segura.
3-
Voltada a condutores habilitados a mais tempo – Desenvolvida principalmente
através da mídia, com campanhas mais incisivas, que demonstrem que quando
adotamos uma conduta imprudente no trânsito estamos colocando em risco a nossas
vidas e a dos outros.
Enquanto
não mudarmos a formatação, nossas campanhas educativas continuarão ineficientes
e inócuas, onde estaremos apenas dissipando dinheiro público em ações que não
trazem nenhum resultado.
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