Todo
homem já pronunciou em alguma roda de amigos os humorados ditados “mulher ao volante, perigo constante”, “mulher nasceu pra pilotar
fogão”, ou já tirou sarro de
alguém que dirige mal dizendo “Você
dirige como uma mulher”. O comentário
advém da ideia que as mulheres são péssimas condutoras, que atrapalham o trânsito e dirigem devagar por não possuírem
habilidades necessárias às manobras rápidas.
A cultura
machista, que afirma que trânsito é coisa de homem, afastou por muito tempo as mulheres da condução de
veículos, porém, essa realidade vem sendo
transformada e cada vez mais percebemos mulheres
inseridas em nosso trânsito, agora não
mais como figurantes e sim como protagonistas, participando dinamicamente do
tráfego veicular em nossas ruas e avenidas.
As mulheres
veem no trânsito mais uma possibilidade de emancipação, já que ao aprenderem a dirigir não dependem mais
do sexo masculino para conduzi-las aos locais
que desejam ir.
Essa busca de independência fez com que um grande número de mulheres buscasse as autoescolas para aprenderem a dirigir e tirarem a habilitação; a ansiedade
pela conquista da autonomia da mobilidade veicular
é tão grande que em Aracaju, no ano de 2014, o número de emissão de carteiras
de habilitação “categoria B” para pessoas do sexo feminino superou às
expedidas para o sexo masculino.
As mulheres não superam os homens apenas nos números de habilitações expedidas, mas também no quesito educação
e segurança no trânsito, pois as mesmas conseguem assimilar a essência dos
conteúdos das aulas teóricas e aplicá-las na
prática, não só nas aulas, mas durante toda a vida.
As mulheres são proativas, ou
seja, preveem os problemas e agem de
forma eficiente a fim de evitá-los ou amenizá-los, essa proatividade no trânsito garante a segurança e minimiza
possíveis problemas.
Além de
proativas as mulheres são mais educadas e gentis no trânsito, respeitam os limites de velocidade e os demais dispositivos de sinalização, pois sabem que o
desrespeito a estes dispositivos podem causar sérios danos a si e aos outros.
Enquanto as
mulheres cercam-se todos os cuidados para minimizar ao máximo a possibilidade de acidentes, os homens
abusam da velocidade, desrespeitam a sinalização
e tratam as vias como verdadeiras arenas romanas, maximizando o risco de
acidentes e o número de mortos no trânsito.
A antítese
entre as duas condutas causam resultados fáceis de serem vislumbrados, de acordo com as estatísticas, do total de acidentes
que ocorrem anualmente apenas em media 13% deles o condutor é uma mulher.
A estatística
deixa clara que a proatividade feminina no trânsito, criticada pelos homens, diminui o número de
acidentes e garante um trânsito mais humano e seguro. Os condutores do sexo masculino se julgam heróis,
mas na realidade são vilões, responsáveis pela barbárie que vivemos no trânsito.
Faz-se necessária uma mudança de comportamento, onde as pessoas
entendam que o trânsito não é uma guerra e que o condutor do veículo ao
lado não é seu oponente e sim seu
semelhante, um ser que deixou uma família em casa aguardando sua volta.
Por um trânsito mais humano e gentil conclamamos: Homens, quando estiverem conduzindo um veículo,
dirijam como uma mulher.
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