Transitolândia sempre
foi conhecida como uma cidade tranquila, onde todos se conhecem e anormalidades
quase nunca são notadas, porém nos últimos dias algo estranho vem acontecendo.
- Joãozinho!!!
Joãozinho. –Gritava Parafuso, sobrinho do mecânico Zé Motor.
- Que foi Parafuso? Que
zuada da lástima é essa? – Respondeu Joãozinho
- Você tá sabendo dos
desaparecimentos? – Perguntou Parafuso
- Que desaparecimentos
moleque? – Falou Joãozinho já irritado.
- Das Carteiras de
motorista e das chaves dos carros. – Respondeu Parafuso
- Hein?? – Disse
Joãozinho com a cara de quem não está entendendo nada.
- É Joãozinho, algo
estranho está acontecendo. O pessoal tá indo beber lá no bar da Severina
Boamorte e quando vão embora percebem que a chave do carro e a carteira de
motorista desapareceram. – Falou Parafuso.
- E o que eu tenho a
ver com isso Parafuso? – Perguntou Joãozinho
- Eu sei quem tá
pegando as chaves as carteiras. – Disse Parafuso falando baixinho
- Sabe? Então vamos
chamar o Zé Polícia e ele prende esse marginal. – Disse Joãozinho.
- O Zé policia não vai
consegui pegar ele? –Disse Parafuso ainda falando baixo
- Por quê? – Perguntou
Joãozinho
- Porque quem tá
roubando as coisas é o Saci. – Disse Parafuso
- Sai fora Parafuso! Eu
achando que você tá falando sério e você vem com história de Saci. – Disse
Joãozinho encabulado.
- É verdade! Preciso de
sua ajuda pra pegar o danado. – Disse Parafuso
- Lá vai você de novo
com suas maluquices Parafuso, mas vou com você pra você não acabar se metendo
em confusão. – Disse Joãozinho com um sorriso de ironia.
Parafuso e Joãozinho
foram para o bar da Boamorte, e perceberam que o bar estava repleto, e todos os
que lá estavam, tinham ido de carro ou moto e pretendiam voltar pra casa
dirigindo seus veículos.
- Que
irresponsabilidade desses caras, vão encher a cara e vão dirigir depois. –
Falou Joãozinho irritado.
- Pois é Joãozinho, por
isso que acontecem tantos acidentes. O Pedrinho lá da escola ficou de cadeiras
de rodas depois de ser atropelado por uma moto pilotada por um bêbado. – Falou
Parafuso
De repente começou a
soprar um vento forte e surgiu próximo ao bar um redemoinho:
- É ele Joãozinho pega
a Peneira e a garrafa aí na bolsa. – Gritou parafuso
- Hein? – Disse
Joãozinho atônito.
- Vai logo Joãozinho
senão ele foge. –Falou Parafuso agoniado
Joãozinho tirou a
peneira e a garrafa de dentro da bolsa e quando o redemoinho se aproximou de
onde eles estavam, Joãozinho jogou a peneira em cima do redemoinho, Parafuso
tirou a carapuça do danado e o prendeu dentro de uma garrafa.
- Parafuuuuso! É ele
mesmo, o Saci. – Falou Joãozinho assustado
- Eu te falei! Esse
danado é o ladrão que tá roubando as Carteiras de motorista e as chaves dos
veículos. – Falou Parafuso
- Galera num é bem
assim não! Deixa eu me explicar! – Disse o Saci
- Explicar o quê? –
Disse Parafuso
- Me tire de dentro
dessa garrafa e eu explico. – Falou o Saci
- Que nada! Você quer é
fugir. – Falou Joãozinho
- Vocês estão com minha
carapuça, eu não posso ir embora sem ela. Só me tirem daqui. – Falou o Saci
- Tá bom! – Falou
Parafuso tirando a rolha da garrafa.
O Saci saiu de dentro
da garrafa e começou a explicar:
- Ô moleques! Eu num
sou ladrão não! – Falou o Saci irritado
- Por que você tá
pegando as coisas do pessoal do bar então? – Perguntou Joãozinho.
- Pra proteger vocês e
as outras crianças. – Respondeu o Saci.
- Como assim Proteger?
– Falou Parafuso
- Eu era um garoto
normal como vocês, tinha duas pernas e gostava de jogar bola, até sonhava em
ser jogador de futebol. Só que um dia eu tava brincando aqui na praça do lado
do bar da Boamorte quando de repente um motorista bêbado perdeu o controle do
carro e subiu à calçada e me jogou na parede, o impacto foi tão grande que
acabei perdendo uma das minhas pernas na hora. Quando cheguei ao hospital senti
como se minha vida tivesse acabado, foi quando apareceu o fada do trânsito que
disse que me daria poderes se eu me comprometesse a dedicar minha vida em
evitar que acidentes, como o que me vitimaram, acontecessem. Eu aceitei, e ele
me deu a carapuça mágica, desde então me dediquei a sumir com as chaves e os
documentos de todos os que bebem para depois dirigir, a fim de evitar que eles
vitimem mais crianças. – Contou o Saci com lágrimas nos olhos.
- Ô Saci, chora não!
Desculpe a gente, é que nós não sabíamos. – Falou parafuso estendendo a mão e
devolvendo a carapuça.
- Ok garotos! –
Respondeu o Saci.
- Tive uma ideia!
Exclamou Joãozinho
- O Que foi Joãozinho!
– Perguntou Parafuso
- Lembra do Inácio que
trabalha no Departamento de Trânsito? – Perguntou Joãozinho.
- Lembro sim! –
Respondeu Parafuso
- Ele disse que quem
dirige depois de beber perde a carteira de motorista, tem o veículo retido e
vai pra delegacia. Eu posso falar com ele pra fazer uma blitz por aqui e
apreender os documentos e tomar as chaves de quem tiver dirigindo bêbado. –
Falou Joãozinho.
- Ótima ideia. –
Respondeu Parafuso
Joãozinho, Parafuso e o
Saci foram rapidamente para casa de Inácio, contaram pra ele tudo que tinha
acontecido e o convenceram do risco eminente de acidentes naquela região.
Inácio, muito preocupado em manter a segurança no trânsito da cidade, mobilizou
sua equipe para fazer blitz frequentes na região do bar da Boamorte e convidou
o Saci para integrar a equipe.
O Saci continuou
tomando as chaves e os documentos dos motoristas embriagados, mas agora de
colete e de bafômetro na mão, já não precisava dos poderes da carapuça, pois
contava com os poderes da legislação.
MUITO BOM GRANDE LACERDA... PARABÉNS...
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